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terça-feira, 16 de junho de 2009

Viagem a São Paulo!

O que faria um jovem de 24 anos em plena cidade de São Paulo?

Já conheço Brasília e Belo Horizonte, porém meu sonho mesmo, sempre foi conhecer São Paulo. Meu coração bate forte pela Terra da Garoa, como não bate pelo Rio 40°.

Tenho uns primos que moram na Mooca, e um amigo que mora em São Bernardo do Campo. Consegui no meu trabalho, folga para Sexta-feira já que na Quinta foi feriado de Corpus Christi. Então me programei para a tão sonhada e esperada viagem. Fiz uma lista dos lugares que queria conhecer: Liberdade, Av. Paulista, Vinte e cinco de Março, A loja do estilista Ronaldo Fraga que fica na Vila Mariana, Galeria do Rock, Braz, Av. São João… Ufa! São tantos os lugares!

Enfim chegou o dia de ir: que correria, que loucura! Trabalhei até as dezessete horas, fui pra casa, arrumei minha mala, fui para a academia, e depois passei na igreja. Algumas pessoas diziam que a Av. Brasil, assim como a Linha vermelha estava toda congestionada – engarrafada – e eu fui ficando totalmente apavorado. Meu ônibus era ás onze em ponto, o próximo era ás onze e quinze – não existia tanta diferença de horário – e mais caro, caso eu perdesse, teria então que pagar a diferença. Já batia quase dez horas no relógio do celular. Um grupo de amigos – Marlon, Eduardo, Renato e Armando – foram me levar na Rodoviária – ah se não fosse eles. Saímos da porta da igreja exatamente ás vinte e uma e quarenta e nove, fomos voando, graças a Deus a Linha Vermelha estava excelente, totalmente livre e o carro do Armando parecia o Bat Móvel. Quase chegando à Rodoviária uns policias nos pararam no sinal, pedindo que “ascendêssemos” a luz do carro, e mal eles sabiam que aquele que é a luz estava conosco. Aleluia!

Chegamos à Rodoviária Novo Rio, exatamente ás vinte e duas horas e cinco minutos; em quinze minutos fizemos o percurso da igreja até a aquele local, eles me deixaram e eu entrei. Estava muito cheio aquele lugar, era um vuco-vuco, e eu totalmente sem saber onde ficar, um guarda mal me deu uma informação, mas disse que eu tinha que ir para o final da Rodoviária, e eu fomos. Chegando lá, mais parecia uma fila de INSS, e Deus falou ao meu coração para ir até uma determinada moça, e eu fui. Chegando nela, lhe perguntei se ali – onde ela estava – era para o embarque do ônibus com destino á SBC, e por incrível que pareça: era ali. Creio que ali nasceu uma amizade, seu nome é Karine, ela é Paulista de São Caetano do Sul, mas estuda Medicina na UERJ, mora no Bairro da Tijuca e divide aluguel com amigas. Ela disse que sempre nos feriados prolongados ela sempre aproveita para visitar os pais. Anotei seu e-mail para então ficarmos em contato.

Entramos no ônibus exatamente ás vinte e três horas, minha poltrona era a vinte e sete, ela sentou na sua e eu na minha. Graças á Deus que quem sentou ao meu lado não roncava, mas também, se roncasse o que eu poderia fazer? Virei para o lado e dormi aquele sono que você dorme e acorda toda hora. Até que veio a parada. Desci para ir ao banheiro, estava chovendo e fazia muito frio. Voltei a dormir novamente naquele mesmo sono de dormir e acordar até que veio a primeira descida em Santo André, na segunda em São Caetano do Sul, pude ver pela janela tamanha a alegria do pai de Karine em abraçá-la. Voltei á dormir até que chegou a minha estação: São Bernardo do Campo, ABC Paulista. Quando comprei a passagem, me informaram que o horário de chegada seria ás oito da manhã, porém quando desci do ônibus, batia cinco e meia da manhã. Liguei para o meu amigo, e ele só foi me buscar por volta das sete; nesse intervalo de tempo, tomei café e fiquei sentado esperando-o, até que enfim ele chegou.

Fomos ao mercado Carrefour comprar o que eu mais gosto: biscoito de aveia e mel, clube social integral, água mineral – quente, e suco de uva (esse não poderia faltar). Fui para a casa onde fiquei hospedado, muito bem recebido eu fui ali. Descansei até uma hora da tarde e fomos sair para lanchar e passear. Aproveitei então para ligar pra minha casa e avisar que estava tudo bem. Liguei então para a minha prima, e ela me disse que tinha viajado e estava na praia – brincadeira, ela furou comigo! Mas Graças a Deus pela vida do meu amigo, pois se não fosse ele o que seria de mim em São Paulo?

Passeamos bastante até pararmos numa Lan House, e só para não perder o costume, coloquei no meu Orkut e MSN: “Estou em São Paulo!” Voltamos para casa, pois era hora de descansar, cheguei tomei banho e dormi. Na minha primeira noite em Sampa, eu dormi como uma pluma, tamanha a felicidade de estar ali.

Na Sexta feria o dia começou cedo, meu amigo me apressava para irmos logo, pois como eu falo muito acabo enrolando e me atrasando, e ele só me apressando. Fiz um voto de silêncio, e meu amigo ficou surpreso e orgulhoso, porque fiquei quase meia hora sem falar. Pegamos um ônibus até a estação Saúde, lá pegamos o metrô e fomos direto para a Vinte e Cinco. Entramos no metrô e sentamos, do outro lado sentaram três japonesas e um rapaz. Uma delas aparentava estar na casa dos quarenta, as outras duas, não tinham mais que trinta e o rapaz eu não sei. Ele tirou umas fotos das três, e uma delas tirou uma foto dos três. Eu não perdi a oportunidade e perguntei ao rapaz se eles queriam que eu tirasse uma foto dos quatro, ele perguntou á dona da máquina – pois as duas novinhas só falavam em Inglês. Ela aceitou e eu tirei. Ela pediu ao rapaz para me mostrar a foto, pois tinha ficado boa, e eu pedi que ele falasse á ela que eu amo o Japão, e se ela aceitava tirar uma foto comigo, e me enviar por e-mail. Ela aceitou e ele tirou novamente, ela me deu sua agenda, para que eu anotasse meu email, anotei então o MSN e o endereço do Face book. Meu amigo me disse que sou um cara de pau, e que me mandará pelo Correio, um vidro de óleo de peroba Japonês, e eu lhe disse simplesmente que: “Sou corajoso em ser autêntico!”

Chegamos então na estação da Vinte e Cinco de Março e eu fiquei impressionado, pois a Rua do Saara no Rio perde em não sei quantos por cento para a Vinte e Cinco. Essa famosa Rua de São Paulo, mas parece um formigueiro, e é impressionante ver uma multidão de pessoas que andam pela rua, como se estivessem desfilando numa passarela de moda, os carros somem no meio daquela multidão de pessoas. E meu amigo me disse que, tudo o que eu vi, ainda não era o total de pessoas que costumam á estarem ali como num dia normal por exemplo. Em cada loja, galeria ou stand, você vê pessoas de São Paulo e outros estados comprando roupas, objetos e acessórios para inovar o seu guarda-roupa ou simplesmente para revender. Para os consumistas de plantão, eu digo que é um crime ir para lá sem “cash” no bolso, e se assim você for, certamente irá se arrepender.

Ficamos num vai e vem, entra e sai, e por incrível que pareça: eu não comprei nada – estava guardando meu “cash” para gastar na Liberdade. Entre uma rua e outra, bem no meio de uma esquina, senti uma mão no meu ombro, olhei para trás e era um homem no estilo nordestino, me pedindo para tirar uma foto dele – eu deveria ser fotógrafo – ele me entregou então seu I phone e eu “Click”, bati a foto, perguntei se ele queria outra, ele disse que não e falou “Obrigado” e eu respondi “De nada!”

Pegamos novamente o subway – metrô – no sentido de volta e descemos no lugar em que eu mais ansiava por visitar: a Bairro da Liberdade. Saímos da estação do metrô e atravessamos a rua. Ali têm uma praça que é linda demais, nela fica o Banco Bradesco e o Mcdonalds – todos no estilo Oriental. Não existe poste de luz, as ruas de ponta a ponta têm luminárias vermelhas também no estilo Oriental. Para mim foi muito emocionante poder estar ali, Pois só eu e Deus sabemos o tamanho do amor que tenho pelo Japão e enquanto não posso ir do outro lado do mundo, me realizei ali no Bairro da Liberdade.

Pude ver muitos jovens no estilo que eu gosto: orientais ou não com cabelos coloridos, roupas e acessórios nos estilos punks e rock, todos andam em grupos e juntos eles se entendem. Ah! Se eu tivesse mais tempo, daria um jeito de me juntar á eles e os entregaria uma boa notícia, lhes falaria dobre as “boas novas”! Com certeza eu não ficaria tímido, pois me sentiria super á vontade no meio de uma galera que tem á minha cara, falaríamos então a mesma língua. Quem me conhece na intimidade sabe que eu faria isso – se eu tivesse tempo. Pois com certeza mais uma vez eu afirmo que: “Sou corajoso em ser autêntico” ou quem sabe, “Sou autêntico em ser corajoso!”

Aproveitei então e fui às compras. Comprei um bonequinho com um kimôno azul, uma faixa com o símbolo da Bandeira Japonesa, um ima de geladeira do hello kit menino, um conjunto de canetas em gel para sublinhar meus livros, um porta moedas da Pucca para minha prima, um estojo, cartela de adesivos, uma saco linha de pano com um bonequinho Japa, uma saco linha igual com uma blusa no tamanho 1 ano – para dar de presente ao filho da Gra que fará um ano dia 20 de Junho o Murilinho – e um boneco para o meu amigo, igual ao meu.

Estávamos passando em frente á uma galeria e senti que ali era pra eu entrar, quando coloquei meu pé dentro da galeria, senti novamente que tinha que ir no último stand, e fui. Chegando lá era um stand que só vendia roupas e acessórios para a tribo Punk. Vi uns vestidos de menina no estilo Cosplay e me lembrei da minha amiga Priscila que ama tudo isso. Comecei então á conversar com a vendedora, perguntei se ela era do Japão. Não era apenas era descendente, seus pais são de lá. Disse á ela que nós precisamos amar essa galera que têm como estilo a maneira gótica de ser, pois por serem muitos rejeitados por alguns ou pela grande maioria, eles são oprimidos. Falei então que eu sou cristão e que amo esse povo, e que Deus já me falou que eu levarei as “boas novas” para essa galera, que muitos não aceitam. Ela sorriu e me disse: “Eu conheço á palavra!” Perguntei-lhe então se ela ia a alguma igreja, infelizmente não foi à resposta, pois convertida mesmo é sua irmã, ela só conhece a palavra. Começou então á me falar de alguns problemas que tinham acontecido, disse-me que foi assaltada, levaram tudo de seu apartamento.

Veio-me uma ousadia e lhe falei que era preciso um posicionamento! Que ela precisava estar conectada cem por cento com o Criador, e que precisava resplandecer a luz, para que quando a “galera” fosse a seu stand, pudessem sentir á “luz”. Comecei á liberar palavras proféticas, e á declarar boas vendas, lhe disse que era pra ela consagrar seus pertences e tomar posse daquele lugar, pois ali a luz tinha que brilhar através dela. Ela me disse que Deus é bom para com ela, pois sempre manda um anjo lá no stand… Ela anotou meu email e meus telefones, pois falei que voltaria em São Paulo, e iria lá fazer uma visita, e quando for visitá-la quero vê-la diferente: com novas e boas notícias! Comprei em seu stand uma blusa, um bracelete, dois broches e um chaveiro.

Já era hora de voltar pra casa, á final de contas eu já tinha passado toda à tarde na Liberdade, estava mais que livre naquele lugar que desejei ao máximo visitar. Até a casa que eu estava foram quinze minutos de metrô, com mais trinta de ônibus. Chegando a casa, eu separei tudo o que tinha comprado, arrumei minha mala, separei a roupa que voltaria pro Rio, lanchei, li numa revista uma matéria com a Martha Medeiros sobre o filme Divã – ainda quero ver esse filme – tomei banho, fiquei ouvindo um pouco dos Novos Baianos e fui dormir.

Acordei exatamente ás sete e quarenta de Sábado dia Treze. Sentei-me na cama e fiquei á pensar como o tempo passa rápido, pois mal tinha chegado a São Paulo, e já era hora de voltar para o Rio de Janeiro. Também fiquei á pensar, o quanto é importante a presença de nossa família (pausa) – senti saudade da minha casa – e de amigos verdadeiros por perto. Lembrei-me sobre uma coisa que Salomão filho do rei Davi escreveu sobre amigos, ele disse em Provérbios 17:17 que “em todo tempo devemos amar os nossos amigos, pois no dia da angústia – momentos difíceis – nasce (verdadeiros) irmãos”, e em 18:24 ele diz mais, diz que “o homem que tem muitos amigos sai perdendo; mas há amigos mais chegados do que um irmão”. Isso bate muito forte dentro de mim, conheço sim muitas pessoas, mais ao longo da minha vida, Deus tem-me “presenteado”, com verdadeiros amigos que são para mim mais que irmãos. Quem levou o troféu Abacaxi foi minha prima – pois mesmo sabendo que eu iria para São Paulo, me deixou na mão, e na minha angústia, no momento difícil, de desespero quem me estendeu a mão foi um amigo, que para mim se tornou um irmão.

Fiz á barba, tomei um bom e belo banho de uns quarenta minutos. Meu amigo tinha um compromisso inadiável, eu, porém não podia o acompanhar, até porque as horas passam e eu não podia perder aquele vôo. Meu vôo era ás duas e quinze da tarde, e ia bater no relógio onze da manhã. Ele me levou até o táxi, abraçamo-nos – momento triste: detesto despedidas. Lembrei-me de quando meus amigos Marcos e Daniele partiram para Maceió há um ano, e até hoje eu sinto muita falta deles – o carro fez a volta e eu o abençoei, virei o pescoço e olhei pela janela, vi do outro lado da rua, meu bom e fiel amigo dando tchau, em seu rosto foi como que desenhado um sorriso, sorriso esse que quando ele dá não consegue repetir, pois ele diz ser totalmente espontâneo. Porém, dos meus olhos escorriam lágrimas de felicidade e saudade daquele lugar que conheci do amigo com quem convivi, e dos momentos que já mais esquecerei, mas naquele momento era a hora de partir.

O motorista do táxi era muito gentil, foi até Congonhas conversando comigo, me falava sobre São Paulo e ao mesmo tempo perguntava sobre a cidade maravilhosa, o Rio de Janeiro.

Era muito cedo, desci naquele aeroporto sem saber o que fazer – é um saco ter que esperar, particularmente eu não gosto – faltava quase três horas para o meu vôo, e o que eu faria esse tempo todo naquele aeroporto? Diz uma música da MPB que, “quem fica parado é poste”, sou alto, mas não sou um poste, então eu logo inventei algo pra fazer. Fui andando e vi uma espécie de jornaleiro, entrei lá, e vi muitos livros, comecei á folhear esses livros. Minha vontade era ter um cartão de crédito sem limite e trazer na mala comigo todos esses livros pelos quais me interessei ainda bem que eu não tenho esse cartão! Fiquei ali me deliciando naqueles livros, com isso muitos e muitos minutos se passaram. Fui ao WC e continuei á andar, cansei e me sentei, comecei então á observar aquelas muitas pessoas que se encontravam ali pra lá e pra cá como eu estava. Vamos lá, existem pessoas que até possuem belas roupas, porém não sabem se vestir, outras com tão pouco conseguem ficar na moda. Vejo que muitas pessoas querem colocar muita informação, ao invés de ficar fashion, ficam bregas e cafonas. Uns se arrumam só com roupas de marcas e grifes famosas, porém ao olhar nos olhos dessas pessoas, vemos claramente pessoas fúteis e vazias.

Estava eu sentadinho ouvindo uma música, os fones estavam em meus ouvidos, parou uma mulher bem na minha frente, para perguntar, onde se fazia o check-in. Gente! Havia outras pessoas na minha direita e esquerda, e ela vendo que eu estava com o fone nos ouvidos, e no volume máximo – amo música alta – porque perguntou logo pra mim? Não tem problema, eu abaixei o som, ouvi o que ela perguntou e respondi, com toda gentileza.

Enfim, faltava quase uma hora para o meu vôo e eu fui para o check-in. Entrei na fila com certo receio, pois estava com medo de minha mala ultrapassar o limite do peso que era de 23 kilos. Porém, minha mala pesava apenas onze quilos – Graças a deus, pois eu não tinha mais um centavo.

Subi para a sala de embarque, e pensei: “Pocha! Não vi ninguém da mídia!” Lá estava eu sentado próximo o portão sete aguardando o vôo 1389 com destino ao Rio de Janeiro – Galeão. Veio o recado pelo auto falante dizendo que tinha sido trocado o portão de embarque, agora sendo no portão doze. Fomos todos pr lá, esperamos menos que dez minutos e quando olhei pro lado, vi um homem que é da mídia, mas me deu um branco que não lembro de qual canal ele é, e nem o que faz, desconfio que ele seja apresentador de esporte da Bandeirantes – quando tiver certeza eu digo, porém no momento, eu prefiro não comentar! Descemos para o avião, sentei-me na poltrona 14-A. Estava muito falatório no avião, e na minha mente veio o refrão: “Alguma coisa acontece no meu coração!”

Enfim; Estou emocionado por ter conhecido São Paulo!

São Paulo eu gosto de você,
Com certeza espero de novo poder te ver,
Não quero ver para crer,
Mas novamente um dia, estarei em você!

Alguma coisa aconteceu em meu coração,
e eu ganhei um amigo que se tornou um irmão;
Estou voltando para o Rio e terei que administrar essa emoção,
Emoção essa que estará guardada sempre no meu coração!


by Thiago Torre Forte

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