Páginas

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Respeito, Eu quero!

Vygotsky disse que é no relacionamento com o outro que nós nos constituímos. A verdade é que ao estarmos juntos de outras pessoas, construímos relacionamentos significativos ou não. Gostando ou não do outro, a mais pura realidade, é que temos que nos relacionar, pois vivemos numa mista sociedade recheada de pessoas de várias personalidades e maneiras de viver.

Não gosto de trabalhar a personalidade, mas sim a objetividade humana. Quando digo que o sujeito possui uma personalidade forte, estou determinando que ele seja de determinada maneira e pronto. Acabo por tornar esse quadro irreversível, mas quando tratamos a subjetividade humana, estamos então vendo por um lado onde eu mudo de acordo com meus relacionamentos. Ou seja, sou de uma determinada maneira, mas quando entro em contato com o outro e vejo o outro lado da moeda, conseqüentemente eu mudo. Esse é o indivíduo subjetivo.

Ao olharmos determinada pessoa logo vem o pré e preconceito. Quando agimos de um preconceito, assumimos um conceito sobre o outro e pronto, quando agimos pelo pré-conceito, julgamos o outro sem ao menos conhecê-lo.

A verdade é que seja branco ou negro mulato ou ruivo, gordo ou magro, alto ou baixo, grego ou troiano, tem que respeitar o nosso próximo. Não podemos tratá-lo como não gostaríamos de ser tratado e isso se chama respeito. Nada melhor do que não invadir o outro, mas sim respeitá-lo na sua maneira de se e viver. Ao olharmos para uma pessoa, antes de julgarmos temos que levar em consideração que da mesma forma que todo palco possui um bastidor, toda pessoa possui uma história. História essa que está apenas começando está no meio de um grande acontecimento – ou não, ou simplesmente já chegou ao fim. Para a que começa o indivíduo ainda está na empolgação, para a história que está no meio, o indivíduo está na fase da experiência, para a história que chegou ao fim, o indivíduo está na frustração. Seja começo, meio ou fim, para cada situação, existe uma reação, e não é por conta da mesma que vamos determinar o outro. Temos que respeitá-lo pelo momento e maneira que vive.

Respeito é base de tudo, pois se numa relação a dois não haver respeito: é melhor que se tenha o divórcio, se num relacionamento entre pais e filhos não houver respeito, é melhor um silêncio ainda que momentâneo, se numa amizade não houver respeito: nem sei o que dizer...

Vivemos numa sociedade democrática, onde todos falam o que querem, mas não gostam de ouvir o que não querem. A verdade dói, mas não mata, e ninguém está preparado para entrar em contato com a dor. A dor causa um desconforto, uma sensação de mal estar. A verdade é que ninguém gosta de ser confrontado. Quando assim somos, levantamos um muro de proteção, nos colocamos na defensiva, nos armamos com armas perigosas isso tudo porque não gostamos de ouvir a verdade, pois a verdade dói.

Platão disse que não devemos deixar que uma erva daninha cresça em meio há uma amizade, e muitas amizades acabam por desentendimentos banais, simplesmente porque ambas as partes “acham” que estão com a razão. Uma história possui três versões: a minha – pois contarei de maneira a me beneficiar, a sua, pois você puxará o sal para sua sardinha, e a versão verdadeira, ou seja, aquilo o que realmente aconteceu. Quem tem a razão? Sinceramente eu não sei. Só sei que muitos relacionamentos – seja qual for – acabam, ficam estremecidos por um tempo muitas vezes indeterminado, pois falta o diálogo, a compreensão, falta de amor e acima de tudo falta o respeito.

Não julgue o outro por você mesmo, não face pelo o outro esperando uma recompensa, pois se nada receber em troca, certamente ficará frustrado, decepcionado, transtornado, traumatizado e muitos ados..., Não faça com o outro, aquilo que não gostaria que fizesse com você, não julgue o outro pela aparência, pois o exterior não determina quem seja o sujeito, já que o dito popular diz que “quem vê cara não vê coração” e que “nem tudo o que reluz é ouro”.

Em prol da outra pessoa face o melhor que puder fazer, seja o melhor que puder ser, dê o melhor que puder dar, ame de maneira melhor que puder amar, haja de maneira totalmente equilibrada e não se esqueça que a cima de tudo tem que haver um respeito, para que o relacionamento – seja ele qual for – vá a diante e não tenha então um prazo de validade.

Respeito é a moda do momento, e essa moda: eu quero!


Nenhum comentário:

Postar um comentário